segunda-feira, 4 de junho de 2012

Morte de JK será investigada pela Comissão da Verdade


Como morreu o ex-presidente Juscelino Kubitschek? A morte de JK ficou para a história oficial como um acidente de carro. 

O Opala dirigido pelo motorista do ex-presidente, Geraldo Ribeiro, teria sido fechado por um ônibus da Viação Cometa, perdido o controle, atravessado a pista — no Km 165 da Rodovia Presidente Dutra, próximo a Resende (RJ) — e atingido por uma carreta. 
Josias Nunes de Oliveira, de 68 anos, o motorista do ônibus, é a principal testemunha. 
Já foi indiciado como culpado e considerado inocente pela Justiça. Mas carrega o peso de estar no lugar errado, na hora errada e ser a testemunha mais importante de um episódio com nuanças políticas, que engendram uma grande conspiração. 

Se ocorreu apenas um acidente ou se existem fatores que provocaram a tragédia será uma pergunta que deverá ser respondida pela recém-criada Comissão da Verdade, escolhida a dedo pela presidente Dilma Rousseff para elucidar as questões cabais, principalmente dos anos de chumbo, quando o Brasil foi governado por uma ditadura militar.
A Comissão de Direitos Humanos da Seção Mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) conclui um dossiê, que contabiliza quase mil páginas, e será entregue à Comissão da Verdade ainda neste mês pedindo a investigação da morte de JK. 
"O mais importante são os relatórios militares sobre o acidente, pois as perícias foram comandadas pelos militares, que também impediram o acesso ao local do acidente, aos veículos e aos corpos", afirma o presidente da comissão da OAB-MG, Willian Santos. 
A entidade quer ter, com o apoio da Comissão da Verdade, o acesso a esses documentos e elucidar definitivamente as circunstâncias da morte do ex-presidente nascido em Diamantina (MG). 

O ex-presidente estava em São Paulo. Tinha uma passagem comprada para voltar para Brasília e ir para fazenda onde morava, em Luziânia (GO), mas recebeu um telefonema para uma reunião no Rio de Janeiro e convocou seu motorista, Geraldo, que trabalhava com ele havia 36 anos. Assim, seguiu viagem, dispensando o bilhete aéreo. 
Relutante, Josias evita relembrar os dias mais tensos de sua vida. Voltar ao passado é como despertar para um pesadelo, quando frequentava as manchetes dos jornais e chegou a ocupar a cadeira de réu por exatas 12 horas e 20 minutos, como recorda em detalhes.
O desembargador aposentado Gilson Vitral Vitorino, que julgou a ação sobre a morte do ex-presidente afirma que a decisão de apontar o acidente de carro como causa da tragédia se baseou em laudos feitos por peritos.
Vitorino descarta ter sofrido qualquer tipo de pressão que pudesse influenciar o julgamento: ele decidiu que a morte de JK foi em decorrência de um acidente, e que o motorista da Viação Cometa Josias Nunes de Oliveira, indiciado por homicídio culposo, era inocente. 

A decisão foi baseada nas provas técnicas, segundo Vitorino. “O juiz tem de pensar com o que está escrito nos autos. Não pode pensar em hipóteses. O processo tem o laudo feito pelos melhores peritos da época”, afirma o desembargador. Foram designados dois peritos criminais: Haroldo Ferraz e Nelson Ribeiro de Moura. 
No dia seguinte ao acidente, ocorrido em 9 de agosto de 1976, Haroldo foi substituído pelo perito Sérgio de Souza Leite.
Em 1995, 19 anos depois, Sérgio foi demitido do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, após nove denúncias do Ministério Público contra os laudos produzidos por ele, sendo que oito processos tiveram de ser arquivados por falta de provas. Com informações do Correio Braziliense

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Carlos Drumond de Andrade