Postagem: Dag Vulpi 05/04/2011 22:00
Presidenta recebeu homenagem de militares após determinar fim das comemorações anuais do golpe de 1964 nos quartéis.
Após ter determinado o fim das comemorações anuais nas Forças Armadas do  golpe de 31 de março de 1964 e em meio à polêmica sobre a criação da  Comissão da Verdade, a presidenta Dilma Rousseff recebeu nesta  terça-feira, em Brasília, quatro condecorações dos comandantes  militares. Por seu passado de militante de grupos guerrilheiros durante o  Regime Militar (1964-1985), Dilma tem relações tensas com setores das  Forças Armadas.
A data simbólica para os militares era celebrada no calendário  oficial do Exército anualmente. No site da Força, o 31 de março constava  da lista de datas comemorativas (hoje são 23), mas foi retirado este  ano. Na ordem do dia nos quartéis do País, comandantes costumavam fazer  discursos exaltando o movimento que resultou na ditadura.
Na quinta-feira passada (31 de março), foi cancelada de última hora a  palestra do general-de-exército Augusto Heleno, então diretor do  Departamento de Ciência e Tecnologia, sobre “A contrarrevolução que  salvou o Brasil”, por determinação do ministro da Defesa, Nelson Jobim,  cumprida pelo comandante do Exército, general Enzo Peri. Como Jobim já  era ministro de Lula e as comemorações nunca foram proibidas, a ordem é  atribuída a Dilma.
De acordo com José Genoino, assessor especial do Ministério da  Defesa, “Jobim conduziu com as Forças Armadas um trabalho para que não  houvesse comemorações nem retaliações no dia 31 de março”.
Na semana seguinte à polêmica, Dilma foi agraciada com a insígnia de  Grã-mestra da Ordem do Mérito da Defesa, com as ordens do Mérito Militar  – a mais elevada distinção honorífica do Exército Brasileiro – do  Mérito Naval e do Mérito Aeronáutico. As honrarias são destinadas a  pessoas que prestaram relevantes serviços às Forças Armadas. Como  presidenta da República e comandante suprema das três Forças, ela recebe  automaticamente a Grã-cruz, mais alto grau das condecorações de todas  as Ordens.
Por ter integrado organizações da luta armada durante a ditadura,  Dilma Rousseff enfrenta resistência de setores das Forças Armadas,  especialmente entre os militares mais antigos e os da reserva. Em sites  de militares da reserva ou reformados, é comum ver críticas e acusações  contra a presidenta, que é chamada de “terrorista”, devido a sua  participação na Polop (Política Operária), Colina (Comando de Libertação  Nacional) e VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares,  fusão da VPR com Colina).
A presidenta afirma nunca ter participado pessoalmente de ações armadas, embora admita sua filiação às organizações guerrilheiras. Foi presa em janeiro de 1970 em São Paulo e submetida a torturas. Condenada a seis anos de prisão, teve a pena reduzida a dois anos e um mês.
A presidenta afirma nunca ter participado pessoalmente de ações armadas, embora admita sua filiação às organizações guerrilheiras. Foi presa em janeiro de 1970 em São Paulo e submetida a torturas. Condenada a seis anos de prisão, teve a pena reduzida a dois anos e um mês.



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