quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Um mergulho na ditadura militar

A peça Filha da Anistia tenta encontrar soluções de problemas atuais debatendo o passado recente do Brasil

Carolina Rodrigues e Alexandre Piccini. A 
revisão da história recente do BrasilCarolina Rodrigues e Alexandre Piccini. A revisão da história recente do Brasil

Repressão, censura, violência e torturas. O regime ditatorial militar no Brasil, iniciado em 1964 e só terminado em 1985,  possui um passado obscuro, marcado pelo repúdio à liberdade de expressão e pelo medo. Fazer um retrato dessa época para incitar o questionamento crítico da nossa história é o objetivo da peça Filha da anistia, da  Caros Amigos Cia de Teatro, que chega a Brasília, neste fim de semana.


A peça, que estará em cartaz nos dias 25, 26 e 27 de novembro, sempre às 20h, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional, nasceu após três anos de intensa pesquisa, e é desenvolvida a partir do trabalho e atuações de Alexandre Piccini e Carolina Rodrigues.  “Buscamos produzir algo que vasculhe o inconsciente coletivo e torne esse trauma mais nosso, mais visível, mais elaborável”, resume Carolina, responsável por dar vida à Clara, uma advogada que descobre os reais motivos do despedaçamento da sua família. O Cerrado Mix conversou com Clara e Alexandre Piccini, seu parceiro no palco.

Como surgiu a ideia de se fazer uma peça sobre a ditadura militar?
A nossa companhia sempre busca temas que levem à reflexão sobre a sociedade atual. Nesta peça nós queríamos questionar os problemas e as raízes criadas no período histórico vivido entre 1964 e 1985. Existe pouca documentação a respeito. É um tema que é pouco aprofundado e debatido. Criou-se uma espécie de tabu.

Como foi feita a pesquisa?
Nossa principal fonte foi o Memorial da Resistência, em São Paulo. Estudamos arquivos públicos, obras e biografias de pessoas que participaram do movimento que lutou na resistência. Foi uma pesquisa difícil, mas gratificante.

A peça tem cenário minimalista. Isso não dificulta o entendimento da plateia?
A reconstituição do período é algo secundário. Nossa intenção é aproximar o público e não afá-lo, então abrimos mão da caracterização das personagens e nos focamos no texto. Utilizamos várias referências e procuramos trazer perguntas e não respostas. Nossa ferramenta principal é o texto, a atuação. Também usamos projeções de vídeo e imagens da época.

Qual o principal objetivo da peça?
Nossa principal meta é levantar um pensamento crítico para análise da nossa história. Há uma frase que diz que para construir o futuro, precisa-se entender o presente e para se construir o presente, precisa-se entender o passado. Temos  a esperança de que o Brasil vá superar o trauma vivido na criação da democracia.

Via maiscomunidade.com

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“Este é tempo de divisas, tempo de gente cortada. É tempo de meio silêncio, de boca gelada e murmúrio, palavra indireta, aviso na esquina.”
Carlos Drumond de Andrade