quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A tortura corria solta nos quartéis da PM, alguns setores do Exército e na Polícia Civil

Por Laerte Henrique Fortes Braga
 
À época da ditadura militar, do golpe, a cidade de Juiz de Fora sediava a 4ª Região Militar e hoje a 4ª Brigada de Cavalaria Motorizada. A Justiça Militar tem uma Auditoria na cidade. A Auditoria da 4ª Circunscrição Mlitar Judiciária que, no golpe, tinha jurisdição sobre Minas, Espírito Santo, Goiás e Brasília. A Auditoria de Brasília foi criada anos depois. Por essa razão os presos políticos eram todos levados para a cidade e lá permaneciam na Penitenciária de Linhares. A tortura corria solta nos quartéis da PM, alguns setores do Exército e na Polícia Civil. O principal responsável além dos militares envolvidos com a chamada 2ª Seção, era o promotor militar, Joaquim Simeão de Faria Filho, um pulha lato senso. Esse promotor além de participar das sessões de tortura com o codinome de "coronel", tinha o hábito de cantar mulheres dos presos prometendo aliviar a barra. Já morreu inclusive. E era corrupto. No registro geral da Auditoria da 4ª CJM, em Juiz de Fora, é possível encontrar nomes como o de Brizola e outras figuras de projeção nacional, todos entre os presos. O próprio Gilney Miranda que coordena a Comissão da Verdade ficou preso em Juiz de Fora. Um dos carcereiros era o ex-deputado federal Edmar Moreira, passou por vários partidos, especialista em tortura. Isso chegou a ser denunciado na FOLHA DE SÃO PAULO. Como a região abrangida pela Auditoria em JF era muito grande, antes de criarem a Auditoria de Brasília, muitos presos ficavam também no 2º Batalhão de Polícia Militar e e nos quartéis próximos ao QG da 4ª RM. O ex-deputado Clodesmith Riani, principal líder sindical da época, fundador da primeira central sindical no País, o COMANDO GERAL DOS TRABALHADORES, cumpriu pena no quartel da PM. Um dos juízes militares, Arruda Marques, por se negar a cumprir determinações diretas do general Antônio Bandeira, covarde notório que comandou a Região Militar, foi aposentado com base no AI-5. Arruda Marques cumpria a lei rigorosamente, ao pé da letra, isso desagradava a militares. Não coonestava com a tortura. Um dos coronéis chefes da tortura era Ralph Grunewald, também já morreu. Parceiro do promotor Simeão de Faria Filho. Há muita história sobre a tortura em Juiz de Fora por conta dessa situação, sede de uma circunscrição judiciária militar e de uma região militar à época da golpe. A justiça militar permanece na cidade, a região foi para BH para cá veio a 4ª Brigada de Cavalaria Motorizada.

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“Este é tempo de divisas, tempo de gente cortada. É tempo de meio silêncio, de boca gelada e murmúrio, palavra indireta, aviso na esquina.”
Carlos Drumond de Andrade