Acusação é do ex-ministro dos Direitos
Humanos no governo Lula, Paulo de Tarso Vannuchi, para quem a corte suprema
“empurra com a barriga” uma resposta sobre a orientação da Corte Interamericana
de Direitos Humanos pela apuração individualizada de casos de mortes e torturas
pelos militares; o assunto está parado no STF há quase quatro anos; Vannuchi
também condena uso da Lei de Segurança Nacional e a tentativa de se fazer novas
leis mais duras para punir manifestantes: “Resquícios do pensamento
autoritário”
O ex-ministro de Direitos Humanos Paulo
de Tarso Vannuchi acusa o Supremo Tribunal Federal (STF) de “empurrar com a
barriga” a investigação individualizada dos crimes da ditadura. A exigência
consta de uma decisão de 2010 da Corte Interamericana de Direitos Humanos que
determinou investigação individualizada desses crimes. “O Supremo está
empurrando com a barriga. Já se vão quase quatro anos”, acusou o ex-ministro em
entrevista à jornalista Luciana Lima, do portal iG (aqui a íntegra).
Vannuchi, auxiliar do governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirma que o STF deve uma resposta ao
país e à comunidade internacional sobre a exigência de investigação de agentes
do Estado envolvidos em mortes, torturas e desaparecimentos no período
ditatorial.
O cientista político e jornalista
pondera, contudo, que não defende açodamentos. Membro da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos, órgão ligado à Organização dos Estados
Americanos (OEA), diz que se o Brasil descumprir a ordem e seria uma péssima
sinalização de que o país não avança. “Isso depende de uma decisão da nova
composição do Supremo”, avalia. Vannuchi frisa que sua cobrança e suas
declarações referem-se a sua atuação como “militante de direitos humanos”.
O ex-ministro também criticou o uso da
Lei de Segurança Nacional para punir manifestantes, que julga um crescente
processo de criminalização dos movimentos sociais. Condena ainda a tentativa de
se fazer leis que punam com mais rigor manifestantes. Para ele, esses
movimentos representam resquícios do pensamento autoritário.
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